As trocas de favores de todos os lados geraram também os devidos rabos presos. Brasil com Inglaterra, e D. Pedro I com as elites luso-brasileiras. Nesse cenário, qualquer projeto de nação que não atendesse aos interesses desses dois personagens… não passaria.
Sabendo que o osso seria duro de roer, em 1823 o imperador convoca a Assembléia Constituinte. José Bonifácio de Andrada e Silva, seu aliado desde a primeira hora, apresenta um projeto ousado para a realidade político-econômica do país: uma lei que extinguia o tráfico de escravos. A elite brasileira – os donos do poder – era constituída, em sua maioria, por homens que viviam do negócio com escravos. Fortemente pressionado pelo fisiologismo dessa elite, D. Pedro I dissolve a Assembléia Constituinte. A Constituição, que seria promulgada, foi outorgada. Péssimo começo e sinal inequívoco de que a independência não havia passado de um episódio que atendera mais aos interesses ingleses do que a uma vontade nacional. Havia ainda um longo caminho pela frente a ser percorrido em direção à construção de uma nação. Fato é que, desde a independência, tudo estava transcorrendo num espírito de unidade de vistas até o momento da dissolução da Constituinte. O ato vai dividir o país. De um lado, comerciantes portugueses que apoiaram incondicionalmente o imperador, e, de outro lado, brasileiros que se sentiram traídos. Explode na província de Pernambuco e Confederação do Equador. O país independente será, em vários aspectos, apenas um prolongamento do Brasil colonial.