O golpe militar que vai instaurar a República no Brasil começa a se desenrolar no dia 9 de novembro de 1889. Na noite desse dia ocorreram dois eventos que representam bem o grau a que havia chegado a polarização da sociedade brasileira iniciada em 1888. De um lado – na ilha Fiscal -, a Monarquia comemorava, junto com toda a burguesia carioca (entre outras coisas), a grande conquista que havia sido a promulgação da Lei Áurea. De outro – no Clube Naval -, militares e alguns civis reuniam-se para conspirar.
O primeiro-ministro do Brasil era Afonso Celso de Assis Figueiredo, o Visconde de Ouro Preto. O Marechal Floriano Peixoto, ajudante geral do Exército, era o responsável pela segurança do ministério. Toda a movimentação – pelo menos por parte do Marechal Deodoro da Fonseca – era no sentido de depor apenas o ministério, não atentar contra a Monarquia. A condição, no entanto, para que se iniciasse qualquer motim, exigida por Deodoro, foi a obrigatoriedade da anuência de Floriano Peixoto. No dia 13 de novembro, Deodoro chama Floriano e diz que havia tomado a iniciativa de conspirar contra o ministério e que colocaria em curso, em breve, uma marcha para derrubá-lo. Floriano é imediatamente cooptado a participar do golpe.