No final do século XVII, empobrecida, a Colônia portuguesa se justificava cada vez menos, pois a manutenção das terras demandava enormes recursos. Quando Portugal procurava, ainda desnorteado, reorganizar-se, resolvendo todos os quiproquós que haviam restado finda a união forçada, eis que, em 1696, em Minas Gerais, bandeirantes paulistas descobrem as primeiras jazidas auríferas. Como era de esperar, os ânimos de Portugal em relação à Colônia se reacendem, e as políticas de restrição da metrópole com o trânsito de pessoas se avolumam. Todas as demais atividades que até então estavam sendo exploradas são abandonadas e, desprezadas, acabam entrando em decadência. A contrapartida necessária da ascensão da mineração, para Portugal, parece ter sido o desleixo com a produção da cana-de-açúcar, que, embora a cada ano se tornasse mais deficitária, ainda rendia dividendos.
A mineração de metais preciosos tornou-se, no Setecentos, a atividade central da política de exploração do Brasil. Só então a metrópole estende a essas regiões um poder institucional e uma base político-administrativa com a criação de Capitanias, como a de São Paulo e depois da própria Minas Gerais, com suas câmaras municipais, seus provedores-mores etc., com o intuito mesmo de intensificar a política tributária.
A descoberta das minas em várias regiões brasileiras e a exploração aurífera vão dinamizar a economia colonial e, consequentemente, a economia lusitana. Em 1699, Portugal levou 725 quilos de ouro; em 1701, foram 1.785; em 1703, 4.350; em 1712, 14.050; e, em 1720, 25 mil. Desde a Restauração, no entanto, Portugal vinha desenvolvendo um dependência político-econômica cada vez maior com relação aos ingleses. Era a Inglaterra que, em troca do livre-comércio com as colônias portuguesas, protegia Portugal das constantes tentativas de restauração da União Ibérica, por parte da Espanha.
Como consequência do Tratado de Methuem, em 1703, não por acaso época em que as minas passam a render importantes dividendos para Portugal, a relação de dependência para com a Inglaterra se acentua. Grande parte do ouro auferido na exploração das minas vai para lá. É esse processo de capitalização dos comerciantes e banqueiros ingleses que impulsionará o início da Revolução Industrial, em 1760. A partir de 1783, as minas começam a surgem os primeiros sinais de exaustão. Por essa época também o mundo já havia mudado, e as mudanças chegariam ao Brasil. Em 1776, a independência dos Estados Unidos e, em 1789, a Revolução Francesa abalaram os alicerces dos sistema colonial que entrou em crise. No Brasil, no mesmo ano de 1789, inspirados pelos ideais franceses, explode a Inconfidência Mineira.