A Lei Paranhos, ou Lei do Ventre Livre (1871), será um passo importante e gigantesco, não para os escravos, pois a vida deles, na prática, pouco mudaria, mas para as ambições da princesa. Muito jovem e na ausência do pai, Isabel enfrentou com coragem experientes políticos brasileiros que se opunham energicamente à criação da lei. Muitos deles ligados ao que havia de mais conservador na sociedade brasileira – os fazendeiros escravocratas. Além da polêmica lei, a princesa propôs estabelecer uma corrente de imigração, além de projetar investimentos na construção de estradas, pontes, canais, melhoramento de portos e no estabelecimento de fábricas de diversos gêneros. A intenção era a introdução de 30 mil imigrantes até 1877; 50 mil até 1882; 75 mil até 1887; e 100 mil até 1891. Aqueles que achavam que a princesa iria somente enfeitar o trono do imperador durante suas saisons europeias surpreenderam-se com a capacidade de enfrentamento político de uma jovem de 24 anos. A insistência na questão da imigração estava ligada à necessidade de suprir a demanda de mão de obra, uma vez que, no horizonte da princesa, estava a abolição da escravatura no Brasil. E não era mera especulação: seus opositores tinham um precedente, pois ninguém esquecera ainda que, decorrido um ano, o Conde d´Eu tinha abolido a escravidão no Paraguai.