O Governo Provisório

O Governo Provisório

Instituída a República, criou-se o chamado Governo Provisório, constituído por Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. A forma federativa deslocava necessariamente o foco do poder – centrado durante a Monarquia na figura do imperador e na capital do país – para os estados, para a figura dos governadores e, consequentemente, para os grupos políticos locais.

Até que pudesse ser convocada a Assembleia Constituinte, o Governo Provisório nomeou as chamadas juntas Governativas nos estados. A Assembleia Constituinte só se realizaria no ano de 1891. Entre 1889 e 1891 – um curto espaço de tempo -, Deodoro passou de herói a vilão do Movimento Republicano. As juntas Governativas, instituídas por Deodoro de acordo com seus caprichos pessoais, não contemplaram os interesses das elites locais. Preteridas, levantaram-se contra o que acusavam de medidas centralizadoras de Deodoro.

Quando se aproximavam as eleições constitucionais para eleger o primeiro presidente da República – com Deodoro como candidato e até poucos dias antes o único -, eis que o estado de São Paulo lança a candidatura de Prudente de Moraes, tendo como vice Floriano Peixoto. Deodoro venceu as eleições, mas não seu vice. Para vice venceu Floriano Peixoto, da chapa de Prudente de Moraes.

Irado com a petulância de São Paulo em tê-lo afrontado apresentando outro candidato, Deodoro dá o troco. Todos os governadores pertencentes a grupos oposicionistas foram afastados, e nomeados outros, indicados por Deodoro. Em São Paulo, por exemplo, foi delegado o poder a Américo Brasiliense, em detrimento de Jorge Tibiriçá, que foi demitido por Deodoro.

A Assembleia Constituinte, que deveria ser dissolvida, tornou-se ordinária. Diante da forte oposição que recebeu por essa manobra, Deodoro dissolveu o Congresso. Com essa atitude, ele se tornou aqui o que sempre desejou ser: praticamente rei.