“Não pergunte o que o seu país pode fazer por você; pergunte o que você pode fazer pelo seu país.”
Uma frase que ainda ecoa mais de sessenta anos depois.
John Fitzgerald Kennedy, 35.º Presidente dos Estados Unidos, foi muito mais do que um político: foi um símbolo. Um homem que encarnou a esperança de toda uma geração, enfrentou a Guerra Fria (1947-1991) no seu momento mais perigoso e morreu tragicamente aos 46 anos, deixando um vazio que ainda hoje não foi preenchido.
Neste artigo completo, vamos percorrer a vida de JFK desde a infância privilegiada até ao fatídico 22 de novembro de 1963, passando pela Crise dos Misseis de Cuba, pela Corrida ao Espaço, pelos direitos civis e, claro, pelas teorias da conspiração que nunca morrem.
Origens: Uma Família Destinada ao Poder
John F. Kennedy nasceu a 29 de maio de 1917 em Brookline, Massachusetts, numa família católica irlandesa que já era sinónimo de riqueza e ambição política. O pai, Joseph P. Kennedy Sr., fez fortuna na bolsa e no cinema e foi embaixador em Londres. A mãe, Rose Fitzgerald, era filha do mayor de Boston.
Juntamente com os irmãos Robert (Bobby), Edward (Teddy) e Joseph Jr. (morto na Segunda Guerra Mundial), Jack cresceu num ambiente competitivo onde “ser segundo não era opção”. Se quiser saber mais sobre outras grandes famílias políticas americanas, veja o artigo sobre Abraham Lincoln ou George Washington.
Juventude, Guerra e Heroísmo
Apesar de problemas graves de saúde (doença de Addison e dores crónicas nas costas), Kennedy alistou-se na Marinha em 1941. Tornou-se herói nacional quando, em 1943, o seu torpedeiro PT-109 foi afundado pelos japoneses nas Ilhas Salomão. Nadou durante horas com um companheiro ferido agarrado ao seu colete salva-vidas. Esse episódio foi transformado em mito pela imprensa e lançou-o na política.
Em 1946, com apenas 29 anos, foi eleito para a Câmara dos Representantes. Em 1952 tornou-se senador pelo Massachusetts, derrotando Henry Cabot Lodge.
Casamento com Jackie e a Imagem Perfeita
A 12 de setembro de 1953 casou com Jacqueline Lee Bouvier, uma mulher culta, elegante e fotogénica. Juntos formaram o casal mais glamoroso da história americana: Camelot, como viria a ser chamada a era Kennedy. A Casa Branca nunca tinha sido tão jovem, tão bonita e tão televisionada.
A Eleição Mais Apertada da História
Em 1960, Kennedy enfrentou Richard Nixon nas primeiras eleições com debates televisionados. No primeiro debate, os ouvintes de rádio acharam que Nixon venceu; quem viu televisão deu vitória clara a Kennedy – bronzeado, calmo e carismático. Ganhou por apenas 112 827 votos (0,17%), a margem mais pequena do século XX americano.
Aos 43 anos, tornou-se o presidente mais jovem eleito e o primeiro católico desde a fundação do país.
Os Mil Dias: Um Presidência Intensa
A Nova Fronteira e a Corrida ao Espaço
Kennedy prometeu uma “Nova Fronteira”. A 25 de maio de 1961, perante o Congresso, lançou o desafio:
“Acredito que esta nação deve comprometer-se a alcançar o objetivo, antes do fim desta década, de pousar um homem na Lua e trazê-lo de volta em segurança à Terra.”
O programa Apollo nasceu aí. Se gosta do tema, veja também a Ascensão do Japão (c. 1868-1945) ou a Era da Informação e Globalização (c. 1980-presente).
A Crise dos Misseis de Cuba (outubro de 1962)
Treze dias em que o mundo esteve à beira da guerra nuclear. Khrushchev instalou mísseis soviéticos em Cuba. Kennedy respondeu com um bloqueio naval e negociações secretas. No final, os mísseis foram retirados e os EUA prometeram nunca invadir Cuba (e retiraram mísseis da Turquia). Foi o ponto alto – e mais perigoso – da Guerra Fria.
Direitos Civis: O Caminho Inevitável
Embora cauteloso no início (precisava do voto sulista), Kennedy acabou por abraçar a causa. Em junho de 1963 fez um histórico discurso televisivo defendendo os direitos civis como “uma questão moral”. Enviou tropas federais para permitir a matrícula de estudantes negros na Universidade do Alabama e preparava uma grande lei – que só seria aprovada por Lyndon Johnson em 1964.
Política Externa: Aliança para o Progresso e Vietname
Na América Latina lançou a Aliança para o Progresso para combater a pobreza e o avanço do comunismo. No Vietname, aumentou o número de conselheiros militares de 900 para 16 000 – plantando a semente da guerra que marcaria a década seguinte.
22 de Novembro de 1963: Dallas
Kennedy foi assassinado em Dallas, Texas, enquanto desfilava num carro aberto com a mulher Jackie (de tailleur rosa). Lee Harvey Oswald foi detido, mas dois dias depois foi morto por Jack Ruby em direto na televisão.
A Comissão Warren concluiu que Oswald agiu sozinho. Desde então, nasceram dezenas de teorias: CIA, máfia, Cuba, União Soviética, militares, banqueiros… Nenhuma provada, todas alimentadas por documentos ainda classificados.
Legado: Porquê Kennedy Ainda Importa
- Representou o fim da geração da Segunda Guerra Mundial e o início dos baby boomers no poder.
- Inspirou uma geração a entrar na política e no serviço público (Peace Corps, 1961).
- Transformou a presidência numa espetáculo mediático.
- Deixou uma aura de juventude, coragem e tragédia que nenhum outro presidente conseguiu igualar.
Perguntas Frequentes sobre John F. Kennedy
Quem realmente matou Kennedy?
Oficialmente, Lee Harvey Oswald agiu sozinho. Extra-oficialmente, continuam a ser divulgados milhares de documentos que alimentam a dúvida.
Kennedy teria evitado a Guerra do Vietname?
Provavelmente teria retirado ou limitado a presença americana. Em outubro de 1963 ordenou a retirada de 1 000 conselheiros e planeava tirar o resto até 1965.
Qual era a verdadeira saúde de JFK?
Sofria de doença de Addison, colite ulcerosa, osteoporose e dores crónicas. Tomava uma mistura brutal de medicamentos (inclusive cortisona e anfetaminas) administrados pelo famoso “Dr. Feelgood”.
Jackie Kennedy influenciava politicamente?
Muito mais do que se pensava. Era conselheira próxima e tinha forte influência na imagem pública.
Porque é chamado “Camelot”?
Após a morte, Jackie disse à revista Life: “Haverá grandes presidentes outra vez, mas nunca mais haverá outro Camelot.” A frase pegou.
Um Mito Americano
John F. Kennedy governou apenas 1 036 dias, mas mudou para sempre a América e o mundo. Foi o último presidente a morrer no cargo e o último a ser quase unanimemente idolatrado em vida e após a morte.
Se quer continuar a viagem pela história contemporânea, explore o nosso artigo sobre a Guerra Fria, a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) ou a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
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