Expedições de Prospecção

Expedições de Prospecção

Numa das primeiras viagens à América e ao Brasil, Américo Vespúcio resumiu friamente o que encontrou: “Pode-se dizer que não encontramos nada de proveito.” Ao longo dos primeiros 30 anos, foram inúmeras as viagens de reconhecimento do território brasileiro. Durante essas viagens, muitos marinheiros desertaram ou eram propositalmente deixados entre os naturais da terra para se familiarizar com a língua e colher informações.

Muitos desses homens se tornaram – assim como Covilhã no reinado de Preste João – de extrema importância para Portugal na sondagem do território. Destacaram-se os nomes de, pelo menos, três deles: o Bacharel, o Caramuru e João Ramalho, todos eles, provavelmente, vindos na primeira expedição de Cabral, ou até antes, em expedições secretas, no período de D. João II. 

Nos contatos com os naturais da terra, esses homens se imiscuíram no cotidiano da vida na colônia e foram descobrindo seus segredos e mistérios. Falava-se no Rei Branco e em uma montanha de prata em que abundavam ouro, prata e pedras preciosas. Na Europe, essas histórias contaminavam corações e mentes. Navegantes portugueses, espanhóis e franceses se arriscavam em contatos nem sempre amistosos com os selvagens, em diversas regiões, em busca dessas possibilidades. Como os exemplos do bispo Pero Fernandes Sardinha que, em 1556, foi devorado pelos índios Caetés depois de um naufrágio, e Hans Staden, que foi salvo por piratas franceses quando já estava indo para a brasa em 1549. Em nenhum momento, passou na cabeça desses homens que abordaram o território americano a ideia de povoamento – era exclusivamente o comércio que lhes interessava.