A Crise de 1929

A Crise de 1929

O principal mercado consumidor do café brasileiro era os Estados Unidos; desse modo, a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, vai reverberar gravemente sobre o Brasil. O café entra em crise, e as exportações do produto, que no ano de 1929 atingiram a cifra de US$ 445 milhões, em 1930 caíram para US$ 180 milhões. Era uma tragédia, pois, com uma economia pouco diversificada, o café representava 75% das nossas exportações.

A cotação da saca do café no mercado internacional, que já vinha oscilando ano a ano, teve uma desvalorização de 90% em 12 meses. Diante desse cataclismo, a oligarquia paulista acionou seus mecanismos compensatórios, que funcionavam da seguinte forma: “A economia havia desenvolvido uma série de mecanismos pelos quais a classe diri gente cafeeira lograra transferir para o conjunto da coletividade o peso da carga das quedas cíclicas do valor do café.” Nesse sentido, para cobrir o prejuízo dessa elite de cafeicultores paulistas, o governo federal comprou grande parte da produção e queimou 80 milhões de sacas de café. Por trás da alegação de que a diminuição da oferta levaria ao aumento do preço internacional, estava, no fundo, sendo colocado em marcha o tal mecanismo compensatório, revelado por Celso Furtado.