O Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca, celebrado em 16 de maio, tem como objetivo informar, educar e sensibilizar a sociedade sobre essa condição autoimune, que afeta cerca de 1% da população mundial e aproximadamente 2 milhões de brasileiros. A data homenageia o Dr. Samuel Gee, pioneiro na identificação da relação entre sintomas da doença e a dieta alimentar.
O que é a doença celíaca?
A doença celíaca é uma enfermidade autoimune desencadeada pela ingestão de glúten — proteína presente no trigo, cevada, centeio e aveia — em pessoas geneticamente predispostas. O contato com o glúten provoca uma reação imunológica que danifica o intestino delgado, prejudicando a absorção de nutrientes essenciais, vitaminas e minerais.
Sintomas
Os sintomas podem surgir na infância ou na vida adulta e variam de pessoa para pessoa. Entre os mais comuns estão:
- Diarreia ou prisão de ventre crônica
- Dor e inchaço abdominal
- Vômitos
- Perda de peso e desnutrição
- Anemia
- Fadiga
- Osteoporose
- Baixa absorção de nutrientes
- Dermatite herpetiforme (manifestações cutâneas)
- Alterações hepáticas e dificuldade para engravidar
Há casos assintomáticos ou com sintomas isolados, o que dificulta o diagnóstico precoce.
Diagnóstico
O diagnóstico envolve avaliação clínica, exames de sangue para detecção de anticorpos, testes genéticos e, muitas vezes, biópsia do intestino delgado. É fundamental a participação de uma equipe multiprofissional, incluindo gastroenterologista, nutricionista e psicólogo.
Tratamento e cuidados
O único tratamento eficaz é a exclusão total e permanente do glúten da dieta. Mesmo pequenas quantidades podem causar danos sérios ao intestino e à saúde geral do celíaco. A alimentação deve priorizar alimentos naturais e frescos, como frutas, legumes, carnes, ovos e arroz. Produtos industrializados exigem atenção redobrada devido ao risco de contaminação cruzada, que pode ocorrer em qualquer etapa do preparo, armazenamento ou serviço dos alimentos.
Por lei federal (Lei nº 10.674/2003), todos os alimentos industrializados devem informar em seus rótulos a presença ou ausência de glúten, garantindo mais segurança aos portadores da doença.
Riscos do não tratamento
Sem o devido controle, a doença celíaca pode levar a complicações graves, como osteoporose, infertilidade, doenças neurológicas, depressão, ansiedade, doenças do fígado e, em casos extremos, câncer intestinal.
Conscientização e empatia
Viver com doença celíaca exige rigor e empatia. A informação e o respeito de familiares, amigos, escolas e estabelecimentos são essenciais para a qualidade de vida dos celíacos, que dependem do suporte da sociedade para viver com segurança e bem-estar.
